top of page

Carta do Gestor - Janeiro de 2023

Atualizado: 6 de fev. de 2023

Prezados cotistas,


O ano de 2023 começou com um clima mais benigno vindo do exterior. Os sinais de que a inflação começou a perder força, somados aos da atividade em terreno positivo alimentaram as altas nas principais bolsas. O S&P 500 subiu 5,9% no mês enquanto o Nasdaq subiu 10,5%. Diante das expectativas de que o final do ciclo de alta de juros nos EUA se aproxima, o dólar depreciou 1.6% diante a cesta de moedas e 3,9% frente ao nosso Real. O Ibovespa subiu 3,37% enquanto os nossos fundos tiveram um desempenho superior. O GTI DIMONA, GTI HAIFA e GTI NIMROD fecharam com valorização de 4,17%, 4,0% e 4,65%, respectivamente.


Um certo otimismo parece ter se espalhado pelos mercados. A reabertura da China, após o fim da política “Covid-zero”, tende a acelerar o retorno à normalidade. Nos últimos anos, houve restrições à mobilidade e ao consumo e, consequentemente, maior poupança. Agora, finalmente, os chineses podem voltar as compras de bens e serviços, além de imóveis e, com isso, as perspectivas de preços para as principais commodities melhorou, com destaque ao minério de ferro. Esses sinais positivos da China compensam os efeitos negativos da desaceleração nas economias europeias e norte-americana.


O Banco Central do Brasil manteve a taxa Selic em 13,75% e sinalizou que esta deve permanecer nesse patamar elevado ao longo do ano. O tom mais restritivo se deve às incertezas de que o governo atual respeitará os parâmetros acordados junto ao Congresso Nacional para o orçamento do ano. A agenda pretendida por Lula é bastante distinta daquela que ajudou a trazer o país de volta à normalidade, desde o impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Caberá ao Congresso Nacional o dever de fiscalizar o Executivo e certificar-se de que o orçamento será respeitado, além de promover as reformas remanescentes.


Com o início da nova legislatura, os presidentes de ambas as casas legislativas foram reconduzidos aos cargos e, no curto prazo, acreditamos que teremos um período com menos ruídos políticos, a depender também do terceiro poder da República, o Judiciário, evitando novos conflitos e perseguições políticas aos opositores. Diante desse cenário, a curva de juros doméstica a partir de 2025 tem se estabilizado no patamar de 13%. Se o governo tiver sucesso em sinalizar responsabilidade, a atividade econômica tende a sofrer menos, com manutenção de projetos e preservação da arrecadação. Sinais negativos do governo podem levar a inclinação na curva de juros, retração em novos projetos e no consumo de bens duráveis e imóveis e, consequentemente, afetar de forma mais intensa a atividade, num círculo vicioso. Teremos que aguardar.


A maioria das empresas tem reportado boas vendas no quarto trimestre além de perspectivas estáveis. Se a heterodoxia for deixada de lado, as perspectivas são bastante positivas, principalmente diante dos atuais níveis de preços, bastante atrativos. Seguimos investidos nos mesmos segmentos, otimistas com as empresas que devem continuar apresentando forte geração de caixa, principalmente aquelas relacionadas a commodities, além de empresas voltadas ao mercado doméstico, seja no segmento de shopping center, de varejo menos discricionário, de logística e de utilities.


Não podemos deixar de mencionar o evento ocorrido com Lojas Americanas, que reportou inconsistências contábeis superiores a R$ 20 bilhões, o que levou ao colapso dos preços em suas ações. Aparentemente, a empresa não lançava em seu balanço as dívidas bancárias contraída por seus fornecedores e que ela era a garantidora (Risco-sacado). Diante dessa realidade tenebrosa que se apresentou e da perspectiva de exercício antecipado de parte de seus títulos, a empresa solicitou a Recuperação Judicial.


Nunca fomos acionistas da empresa, mas não há dúvidas de que um evento negativo como este, abala a confiança do mercado como um todo. Esperamos que as autoridades sejam céleres em apurar o ocorrido e as eventuais responsabilidades, evitando que casos como este comprometam a credibilidade de nosso Mercado de Capitais. O nosso sistema tem como premissa básica a confiança e, por mais que haja contadores, auditores e administradores para monitorar e controlar as informações, a boa-fé das partes é condição sine qua non para o seu bom funcionamento e perpetuação destas relações.



Alocação setorial - GTI Nimrod FIA


Atenciosamente,

André Gordon.


Comentarios


bottom of page